segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A SAÚDE NO MARANHÃO E OS SARNEYs

Há vários dias o ex-presidente Sarney está internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar de sua saúde. Trata-se de um dos melhores hospitais do mundo e custa muito caro ficar lá - mas o Sarney não precisa se preocupar com a conta, porque, como ex-presidente, seus gastos com a saúde são pagos com nossos impostos. 
O contraditório está no fato de que Sarney é o "coronel" da Política no Estado do Maranhão - ele e sua família dominam a cena política - a filha dele é a atual Governadora. 
Mas no Maranhão, não há um Hospital com o padrão exigido pelos Sarney's. 
Hoje de manhã vimos na TV uma cena-notícia que dói nos olhos e na alma - uma senhora, em trabalho de parto iminente, foi mandada de um hospital para outro, na cidade que é capital do Maranhão, porque não havia vagas. Quando chegou ao último Hospital, os profissionais da saúde estavam perfilados nas portas de entrada (em greve), atrás dos portões fechados, e a criança nasceu do lado de fora das grades do Hospital, na calçada, sob os olhares dos "profissionais" da saúde. Só depois de nascer, é que foi "permitido" que a senhora e seu bebê dessem entrada no Hospital.   Ainda tiveram a "cara-de-pau" de dizer à imprensa que mãe e bebê passam bem! 
Os motivos das portas do Hospital fechadas e a greve dos médicos e enfermeiros (que devem ser poucos), são de nosso conhecimento: - quem trabalha atendendo o povão, ganha salários muito baixos; há serviço demais, porque há funcionários de menos. Acresce que os hospitais não são equipados com os mínimos instrumentos necessários para um atendimento digno e eficaz, porque sempre "falta verba ou tempo hábil para licitação de compra" - esta é a desculpa básica de "todos" os administradores públicos da saúde no Brasil. 
Então não dá para estranhar que os Sarney(s) viajem de UTI móvel para se tratar em São Paulo - são espertos, ou talvez haja um outro adjetivo mais apropriado? 
A questão é de difícil digestão e exige reflexão: será que a responsáveis pela saúde, lá de Brasília, não sabem disso? Nunca se perguntaram por quê o Sarney não pode cuidar da própria saúde em algum bom Hospital do seu Estado? Sei que os Ministros não assistem todos os telejornais, principalmente os da manhã - eles ficam até tarde "trabalhando em temas muito urgentes..."  
Mas eles têm muitos assessores que fazem um resumo das principais notícias do momento - será que notícias desse tipo não entram nessa lista? 
É possível maginar a dor e a revolta da mãe e de seus familiares - talvez estejam calados, para não sofrer retaliações - "afinal, precisava dar à luz justamente naquele hospital, e ainda ter alguém gravando a cena e colocar na mídia?"...
Como legítima cidadã brasileira, estou a cobrar "ações efetivas" da Presidente Dilma, de seu Ministro da Saúde (que adora dar entrevistas), e das "autoridades" do Maranhão, para que nunca mais aconteça um fato semelhante.  Sei que há cidadãos bons e honestos por lá - é hora de botar a boca no trombone - é hora de cobrar mudanças já! 
Quanto a nós, brasileiros indignados, se não podemos ir às ruas, podemos repassar essas notícias às pessoas de nosso convívio que "não sabem de nada"- só sabem o que acontece nas novelas. 
Essas pessoas são as que recebem os "pacotes de bondade" da Presidente - o dinheirinho que cai na conta todos os meses, para calar a boca, e garantir os votos para a reeleição. 
Não sabemos se a senhora do Maranhão recebia algum tipo de "auxílio-bolsa"; mas é certo que não tinha recursos para procurar uma Clínica particular - talvez seja pobre também. 
Encaixa-se no perfil-padrão da maioria dos eleitores brasileiros - são as principais vítimas; só não caiu a ficha de que também são os mais desejados eleitores, para garantir a reeleição e a manutenção dessa turma no Poder. (Vale repassar adiante?)

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