sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O QUE ACONTECE QUANDO SE TROCA O STAFF


Em nosso País os Prefeitos, Governadores e Presidente são eleitos a cada 4 anos - podem ser reeleitos ou não.  Uma questão fundamental nos diferencia dos Países desenvolvidos, quando ocorre essa troca de comando: na Inglaterra, por exemplo, a turma administrativa (lá se chama staff - aquele pessoal que cuida da cidade, sabe o que está acontecendo e age rapidamente), não sai do cargo, mesmo que o novo Chefe seja de outro Partido Político.  Esse expediente garante que a máquina administrativa não pare na troca de comando - eles continuam lá, nas suas salas, seus postos, mesmos contatos, mesmos telefones. Conhecem-se uns aos outros pelos nomes - quando a cidade é acometida de uma tragédia que exige ações rápidas, tratam tudo por telefone, num primeiro momento; depois alguém providencia a documentação burocrático-legal.
Isto faz toda a diferença numa emergência, se ela ocorrer no início de uma nova administração.
Pelo andar da carruagem, parece que foi exatamente esse vácuo de comando que contribuiu para a tragédia, em Santa Maria, naquela boate mortal. A cada autoridade entrevistada, repetidamente veiculada em "todos" os telejornais, a responsabilidade vai sendo passada de mão em mão, como uma batata quente (literal). Sabemos que houve eleição de prefeito na cidade - quase certamente, sua equipe está ainda sendo formada - é preciso "acomodar" os acordos políticos que garantiram a eleição - cada Partido da Coalizão, tem sua lista de nomes para ocupar determinados cargos.
Nós, cidadão brasileiros, bem sabemos quão danosos são os efeitos desse modelo "democrático" para a administração de nossas cidades:
- cada novo Secretário forma uma equipe com pouca concatenação, alguns não se conhecem previamente, outros não têm competência técnica comprovada e precisam de muitos "assessores especialistas"(encarece!). Tudo isso exige tempo para determinar os chefes dos postos-chave, aqueles que irão merecer um lindo gabinete! Nesse caso, como as ações de emergência não funcionam no "modo automático", quando acontecem as catástrofes, os desastres, as tragédias, se for no início de um novo Governo, os contatos não existem, as idéias de um podem ser opostas às do outro, muitas vezes, e providências que uma pessoa experiente poderia tomar em questão de minutos, são postergadas e depois, perdem a eficácia, perdem o valor! Uma olhada para trás, em nossa história recente, irá revelar que tragédias ocorreram, com muita frequência, nos finais ou início de cada ano - muito natural: é o melhor tempo para festas, comemorações, eventos grandiosos, etc.  Tristemente, é forçoso reconhecer que as tragédias que envolvem muitas vítimas, parecem doer mais do que aquelas menores, com uma, duas pessoas falecidas. A mídia dificilmente "valoriza" tanto a dor solitária de uma família...
Mas, na tentativa de chegar à uma medida prática, proponho que os funcionários públicos do executivo sejam concursados (portanto, de carreira) e não possam ser transferidos de seus postos, a não ser por justa causa.  É possível abrir alguma excessão para os assessores "realmente pessoais" para o novo Chefe, mas esse número deve ser bem reduzido. Se funciona bem nos Países do 1º mundo, por que não dará certo em nosso País?  Evidentemente que tais funcionários não poderão fazer parte de nenhum Partido Político - obrigatoriamente serão apartidários!!  Então, no apagar das luzes do ano administrativo, no período de férias parlamentares e judiciais, a máquina pública continuará a caminhar de modo eficiente, de modo a atender às necessidades dos cidadãos comuns, como nós, como os jovens de Santa Maria, que prisioneiros numa arapuca, precisaram de socorro urgente e não foram atendidos a tempo!

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