quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PROFESSORES INCOMPETENTES?

Faz já algum tempo que ouvimos notícias sobre a violência de alguns "alunos" nas escolas: no começo, apenas destruíam o patrimônio - agora, agridem fisicamente os professores. A cada novo episódio, nosso "modelo de pensar atual" faz o julgamento e dá o veredito da causa muito rápida e definitivamente : o culpado é o professor. Os professores sempre são chamados de insensíveis, mal preparados, mercenários mesmo, incapazes de "entender" as necessidades do pobre adolescente - e por aí vai . Concordo que alguns poucos professores poderiam ser enquadrados nessa qualificação - falta preparo, falta vocação, falta vontade, falta empenho, falta "ser" humano. Mas acredito que são excessões à regra! Há, todavia, uma reflexão que ouví algum tempo atrás que precisa ser levada em conta - talvez exija alguma atitude de nossa parte como cidadãos. Atualmente a escola precisa "encaixar" no currículo aulas de balé, dança de rua, teatro, capoeira, berimbau, ecologia, cuidado com os animais, educação para o trânsito, etc.etc. A lista deve ser bem maior. Acontece que o tempo reservado para as aulas continua o mesmo - são só 4 horas (sem considerar os atrasos, as idas frequentes ao banheiro, o tempo para atender o celular e jogar na internet e as briguinhas entre os próprios alunos). Evidentemente não "sobra" tempo para ensinar os alunos a ler, escrever e interpretar, resolver problemas básicos com as 4 operações matemáticas, localizar-se na sua cidade, no seu país e no mundo através da geografia, das ciências em geral  e do estudo da História. O Currículo Escolar está afixado na parede - precisa ser cumprido - mas é impraticável - não dá tempo para fazer tudo isso em 4 horas (mesmo que não haja greve!)  Posso imaginar a balbúrdia que se instala a cada novo dia de aula: o professor precisa cumprir o que determina o Currículo, mas os alunos estão em outro mundo! Não interessa a eles essa coisa de aula expositiva ou aula de cálculo, ditado, redação, pesquisa - claro que é chato mesmo! Muito melhor sair para uma "aula" fora da sala de aula, onde cada um faz só o que quer.  O estopim para um ato de violência pode ser qualquer coisa - uma nota baixa, uma repreensão, uma exigência de disciplina, ou outra atitude do professor que o "aluno" considere "injusta". Aí se instala a briga feia, vem a imprensa, vem a mãe "defender" o filho e o professor passa por vilão! O que resulta disso são nossos jovens estudantes sofrendo muito para fazer uma simples redação - são barrados no vestibular. São incapazes de fazer um cálculo elementar que exija multiplicar ou dividir - afinal, o celular está à mão, sempre resolveu esses problemas, e ele nunca precisou decorar uma tabuada!  Quando se trata de problemas mundiais, eles nunca sabem do que se trata - não sabem nem o que está acontecendo no País vizinho!      Penso que temos duas opções neste caso: adotar o modelo de ensino integral, como nos países do 1º mundo, onde os alunos passam o dia todo na escola  ou  limpar o Currículo Escolar de todos os penduricalhos e voltar ao ensino básico tradicional:- matemática, leitura e interpretação de textos, geografia, história, ciências e conhecimentos gerais. Estou falando apenas do ensino fundamental (pelo menos nos primeiros 4 anos). No caso de adotarmos o modelo de ensino integral vai ser preciso construir novas escolas - pelo menos o dobro das que temos agora - pois não poderá haver duas turmas na mesma sala, no mesmo dia - e contratar nova equipe de professores! Haja orçamento!  Se, por outro lado, nossa opção for pelo ensino básico "indispensável", as demais atividades extras também poderão ser feitas, com o patrocínio das próprias famílias, da associações comunitárias, de ONG's, de empresários ricos, conscientes e generosos (são poucos!) - deve haver outras possibilidades! O que incomoda é ver nossa juventude tão despreparada, tão incapaz de elaborar e expressar um pensamento lógico e correto, e tão impotente para competir com os jovens de outros países que estão vindo para o Brasil em busca dos nossos melhores empregos! Não adianta criticá-los - nosso País está mesmo atraindo o mundo todo pelas tantas oportunidades que se abrem - Copa do Mundo, Olimpíadas, etc. O  Mundo "descobriu" o Brasil onde se pode viver bem melhor do que nos seus países de origem e todos os que estão lá e "podem" estão vindo de vez para cá. A concorrência já existe!   Será que algo pode ser feito para mudar isso? Ligar para o MEC? Falar com o Ministro pelo Facebook? Afinal, nós, cidadãos, somos os "donos" do Brasil não é? Ou não?

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