domingo, 13 de outubro de 2013

SER CRIANÇA

Nestes dias de homenagens às crianças, excluídos os presentes recebidos, parece que muitas delas não têm muito a comemorar. O que se constata, é que as crianças já não têm muito espaço para exercer seu principal direito: - fazer bobagens, se sujar, brincar com brincadeiras não muito saudáveis, enfim, cometer erros.
Os especialistas em crianças analisam tudo, recomendam tudo, têm receita para tudo. Ao primeiro sinal de um comportamento fora dos padrões, já se deve "procurar ajuda": - pode ser no desempenho escolar, na disciplina (ou falta dela), no relacionamento com os familiares e amiguinhos. 
Seria muito bom se todos pudessem considerar que as crianças não são adultos em miniatura.
Além de seu corpo, que passa por transformações constantes, sua personalidade, seus gostos pessoais, seus hábitos também estão em desenvolvimento: - ainda não amadureceram. 
Por isso mesmo, elas cometem erros, exageram, se machucam, desobedecem, desafiam os conceitos e a disciplina.
Uma criança normal nunca poderá preencher todos os pré-requisitos de seus pais e familiares (principalmente dos avós). Afinal, ela é uma pessoa em desenvolvimento: - está em formação. 
Em geral, os responsáveis garantem a melhor alimentação e os melhores cuidados médicos. Também investem na Educação formal, para garantir à criança um bom futuro profissional. 
Mas quanto a cuidar dos sentimentos, ensinar valores e o jeito bom de "ser gente", parece que esse aspecto não merece muita atenção. A maioria das crianças não recebe orientação, educação, limites, conceitos de responsabilidade por seus atos, porque está sempre aos cuidados de escolas e babás (até babás eletrônicas!).
É que a vida moderna impõe aos pais muitas atividades - parece que o dia tem poucas horas.
Há sempre alguma urgência, algum amigo que precisa de ajuda - são muitos os motivos para afastar pais e filhos. Os pais são empurrados nesta correria e quase sempre agem por impulso.
Mas em geral, os smartphones e os tablets estão mais perto dos pais, do que suas crianças. Parece que terceirizar o cuidado das crianças é uma realidade inevitável, ainda que traga a sensação de culpa. Não se trata apenas de precisar trabalhar o dia todo; é que cuidar de uma criança moderna, em tempo integral, cansa mesmo.
As crianças, expostas precocemente à toda espécie de aparelhinho eletrônicos, parecem mais irrequietas, mais elétricas, menos dóceis - por isso exigem muito mais do cuidador. 
Mas não tem saída: - se você tem uma criança, é responsável pela sua formação.
Precisa aprender a tratá-la como criança?  O tempo é agora!
Precisa aceitá-la como um ser humano em formação e desenvolvimento? Faça isso!
Precisa passar mais tempo com ela, enquanto é tão carente de cuidados e atenção?
Reavalie seus compromissos "inadiáveis" e vá brincar com ela - vai ser divertido (e cansativo...), mas vai valer a pena!
Ah! Quase ia esquecendo: - cuidado com o excesso de atividades (aulas de mandarin, inglês, lutas marciais, balé - tudo junto! ) - elas podem estar roubando o tempo de "ser criança"!
Afinal, o tempo de ser criança é tão curto, passa tão depressa...

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