quinta-feira, 17 de outubro de 2013

QUANDO OS POBRES INCOMODAM...


As pessoas com alguma sensibilidade, no mundo todo, assistem com pesar as cenas dos naufrágios de embarcações vindas da África,  na costa da Itália. 
As vítimas são fugitivos de seus Países na África Ocidental, em busca de refúgio no 1º Mundo.
Os Lideres da Comunidade Européia, estão desconfortáveis com os naufrágios, mas também com a grande quantidade de pessoas pobres, que estão invadindo seu território.
Daqui de longe, sabemos que a maioria das Nações Africanas, vive em estado de guerra civil há muitos anos. A população tornou-se refém dos Grupos que disputam o controle de cada região.
Os noticiários dizem que se trata de guerra religiosa, mas Deus não tem nada a ver com o que acontecendo por lá; na verdade, o que cada facção defende é o Poder para dominar, determinar condutas e o modo de vida de todos os cidadãos.
Para isso, pegam em armas, destroem, exterminam aldeias inteiras, espalham o terror.
A grave crise humanitária atinge toda a população e viola direitos humanos fundamentais. São inúmeros assassinatos de civis, estupros de mulheres e crianças; são destruídos hospitais, escolas, igrejas cristãs - vilas inteiras.
Aos que conseguem sobreviver, resta apenas fugir. São seres humanos comuns, que sonham com a Liberdade, e não hesitam em arriscar suas vidas numa jornada perigosa. 
A ilha italiana de Lampedusa não é distante; mas o mar é revolto, as embarcações são inadequadas e as mortes acabam por acontecer.
Os naufrágios estão mais para certeza, do que para uma eventualidade.
Ainda assim, como fugir é a única opção de vida, todos os que podem se lançam ao mar. 
Uma autoridade da ilha de Malta, disse que aqueles mares se tornaram um cemitério de horrores.
Apelou à ONU, dizendo que "alguém" precisava fazer mais do que "discursar"...
O  secretário Geral, lamentou a última tragédia, dizendo que estava "muito triste"...
Os Países desenvolvidos, os mais importantes do 1º Mundo, exploraram o Continente Africano por séculos, e agora já não têm grandes interesses por lá: - abandonaram aquelas pessoas à própria sorte. A maior parte da população, apenas sobrevive e não tem as vantagens da educação e da cultura do Mundo "civilizado": - são "pobres" de tudo.
Segundo Consultores da ONU, os Governantes constituídos são incapazes de lidar com os rebeldes e com as tensões religiosas. Assim, não se sustentam por muito tempo; os Golpes de Estado são comuns e outros Governantes se estabelecem, perpetuando um círculo vicioso e cruel..
Como justificar essa disputa pelo controle do território africano, se a terra está arrasada?
Que tesouros ainda restam por lá, para causar tantas mortes? Quem fornece as armas?
Ouvimos belos discursos, vemos tocantes homenagens aos náufragos que morreram, e sabemos de reuniões entre as "autoridades" preocupadas com a situação que se criou.
Mas ninguém se apresenta para devolver à Africa,  a dignidade que lhe foi roubada.
Não importa a religião: - sejam cristãos ou muçulmanos, nenhuma Nação ou Liga de Nações, está disposta a pagar o preço para que os povos africanos possam viver em seu próprio Continente, à custa de seu esforço e trabalho.
Mas não dá para perder a esperança: - muitos como eu, esperam que a União Européia, os demais Países Desenvolvidos e as Nações de orientação muçulmana, possam trabalhar juntos para estabelecer um Programa de ajuda financeira e técnica, a fim de que o Continente Africano se desenvolva e ande com suas próprias pernas, sem que precise se "formatar" ao modelo europeu.
E que cessem o fornecimento de armas.
Caso todos não consigam perceber as vantagens de uma ação nesse sentido, os pobres da África continuarão sua viagem em busca da liberdade.
Quem sobreviver aos naufrágios, certamente causará interferência na geografia, na cultura e no modo de vida dos ricos do 1º Mundo - e isso geralmente incomoda...



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