sexta-feira, 14 de março de 2014

O CULPADO ERA O MARCOS VALERIO

Terminou, afinal, o Julgamento do Esquema do Mensalão, que desviou muito dinheiro que
pertencia ao povo, para o bolso de uma turma de políticos que alcançaram ganhos pessoais.
O resultado final - as penas, a dosimetria - ficou tão diferente do que se havia proposto nas
sessões iniciais, ocorridas no ano passado, que o próprio Presidente Joaquim Barbosa se
recusou a participar, alegando problemas outros.
A maioria dos atuais Juízes (nomeados recentemente pelo Governo atual) decidiu que
"a culpa de tudo é do Marcos Valério e seus colegas de profissão" - os banqueiros e seus
assessores mais fiéis.
Ontem, na última sessão, a maioria decidiu "aliviar" a pena de outro figurão do Partido:
- decidiram que ele não cometeu o crime de lavagem de dinheiro e não merece ser punido.
Num argumento tendencioso, foi dito que o ex-deputado João Paulo não teve a intenção
de  "lavar dinheiro", porque mandou a própria esposa pegar o dinheiro no Banco:
                             - ela "pensava estar  fazendo algo normal e legal...".
Desde quando um crime deixa de ser crime, só porque é cometido à vista de todos?
A mim parece mais com aquela estória de que "onde passa um boi, passa uma boiada...".
É que para essa turma que comandava o Partido à época, as vantagens pessoais já eram
tão corriqueiras e usuais que se tornaram "normais"!  Pode isso?
Agora os 3 políticos mais importantes, condenados na fase inicial do Julgamento por sua
participação efetiva no crime - Zé Dirceu, Genoíno e João Paulo - estão na condição de
"só um pouquinho  presos": - eles podem "trabalhar" durante o dia em qualquer lugar e
voltam para  dormir numa cela individual na cadeia - por enquanto...
O crime chamado Mensalão, revelado pela delação do ex-Deputado Roberto Jefferson, 
ficou evidente e foi julgado como grave no ano passado - mas naquela época, a Corte era
composta por outros Juízes...  
Numa visão objetiva, justamente esses criminosos políticos, que usaram sua posição, seu
cargo político, seu poder, sua influência para se dar bem, para levar vantagem pessoal,
parecem ser os maiores responsáveis por esse crime  de corrupção e desvio de dinheiro
do povo - eles deviam ter pena maior ou, no mínimo, igual à dos outros criminosos.
Por isso, fica impossível entender que num crime de quadrilha, a pena maior seja
determinada tão somente para os que não fazem parte dos Partidos Políticos.
Para esses Juízes, esses corruptores "profissionais" - o publicitário e os banqueiros - 
detinham todo o conhecimento específico sobre crimes que envolvam dinheiro - 
(deviam saber como fazer do jeito certo?)...
Quanto aos "políticos importantes", condenados por corrupção, a decisão indica que eles 
"não sabiam do que se tratava,  não tinham conhecimento específico - não merecem um 
castigo tão pesado"...
Como imaginar que esse Julgamento pudesse descambar para um caminho tão obsceno?
Se o povo brasileiro continuar a votar nesse tipo de político, podemos ter certeza de que os 
eleitos em outubro próximo, estarão muito à vontade para continuar com esquemas semelhantes.
Eles nada terão a temer, "se e quando" houver alguma denúncia e algum possível Julgamento: 
- sempre haverá alguma estratégia que possa ser usada para livrá-los de qualquer pena maior. 
Confirma-se a tese de que ficar preso é para pobre ou para pessoas que se julgam muito 
"espertas" - como o Marcos Valério, que  afinal, deve estar lamentando sua ingenuidade: 
- ele também acreditou nas promessas dos políticos e se deu muito mal! 
É de se lamentar mesmo - nem o nosso Batman - o Ministro Joaquim - conseguiu o resultado 
que todos os brasileiros honestos esperavam: - no apagar das luzes, os políticos que foram 
eleitos de modo inconsequente, receberam só uma pequena repreensão - um puxão de orelhas.
Mas não quero terminar com esta frase fúnebre - há esperança!
Vamos nos empenhar pelo voto inteligente nas eleições de outubro. 
Aquele voto que vai eleger muitos brasileiros honestos e capazes de fazer boas Leis e mudar 
esse jeito de fazer política no Brasil - ainda dá tempo de cada um de nós fazer uma campanha 
pelo voto "útil" e cidadão. Só precisamos usar nossa capacidade de exercer influência entre 
as pessoas com as quais nos relacionamos - é muito fácil e pode mudar o Brasil!



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