sexta-feira, 21 de março de 2014

MULTIDÃO DE CONSELHEIROS

A denúncia de uma decisão duvidosa na Administração da Petrobrás, trouxe à tona, mais
uma vez, a falta de capacitação técnica dos Gestores de Empresas Públicas aqui no Brasil.
Fala-se de um possível superfaturamento e prejuízo, quando da compra de uma Refinaria
de Petróleo nos EUA, feita no ano  de 2006.
A origem do problema parece residir em duas cláusulas que não favoreciam a Petrobrás, e
que deixaram de ser esclarecidas na Reunião do Conselho: - uma delas dizia que, em caso
de desacordo  entre os sócios, uma das partes compraria a parte da outra; a divergência
ocorreu em 2008. É evidente que "sobrou" para a Petrobrás comprar as ações da outra
parte, pagando um preço acima do valor de mercado.
Além disso, havia outra cláusula que "garantia um lucro de 6,9% ao ano" à Empresa sócia
da Petrobrás, independente das circunstâncias do mercado.  Pode isso?
Pois bem - o tal Conselho de Administração da Petrobrás, presidido pela Ministra Dilma,
não teve dúvida em autorizar a transação. 

Os Conselhos Administrativos das grandes Corporações existem exatamente para verificar,
fiscalizar, olhar "com lupa" cada detalhe de todas as atividades e operações da Instituição.
Para isso, são escolhidos os melhores profissionais da Área (nunca do quadro da Empresa),
gente que sabe o que está fazendo, gente habilitada para ler, interpretar e aprovar ou não
qualquer Documento ou Projeto. Em geral são pessoas independentes, em todos os sentidos.
O que os diferencia dos Conselhos das Empresas Públicas, é que nas suas Reuniões o jogo é
um pouco mais claro: - apesar de algumas decisões políticas internas, o que determina a
aprovação ou não de um Projeto é simplesmente o lucro!

Mas quando se trata desses Conselhos nas Empresas Públicas, os Conselheiros são os amigos,
aqueles filiados a Partidos Políticos "aliados", ou Empresários que sejam simpáticos ao
Governo do momento - técnicos independentes não são bem vindos!
No caso, faziam parte desse Conselho, além da Ministra da Casa Civil - a Dilma, o ex-Ministro
Palocci (que diziam ser "o cara" da administração e das finanças) além de alguns outros.
O representante da iniciativa privada que participava desse Conselho, também admite que
só tomou conhecimento do possível prejuízo, dois anos depois da assinatura.
Vê-se que, mesmo numa Empresa comercial como a Petrobrás, a questão do "lucro" não
teve a relevância apropriada. Faltou competência! 

Agora que os fatos vieram a público, a atual Presidente da República, não assume qualquer responsabilidade pela sua decisão na ocasião, pois diz que o Documento apresentado ao
Conselho, em 2006, tinha falhas: - ela culpa o funcionário que redigiu o Relatório, por ter
omitido informações e dados que, "se estivessem claros, certamente seriam considerados
impeditivos para a referida "aquisição"...
Nada mais natural para essa turma: - "o culpado preferencial não é sempre o mordomo, o
motorista, o entregador"?
O que chama a atenção, é que um dos principais argumentos para a eleição da Dilma foi a
sua "alardeada competência em Gestão técnica", feita pelo ex-Presidente Lula.
(o eleitor acreditou que ele entendia do assunto e a elegeu...)

Restam duas conclusões possíveis:
- quem fazia parte do Conselho da Petrobrás em 2006 nem sabia "ler" um Relatório Técnico,
pois todos foram "iludidos" por um erro (de redação?) no tal Documento de Compra;
- se não for isso, então será o caso de ação premeditada para realizar a referida Aquisição,
com propósitos que nunca serão trazidos a público.
Qualquer das duas opções é péssima, fruto de má administração das finanças de uma Nação.

Olhando o episódio por outro prisma, quem assume uma posição de grande importância
como a Presidência do Conselho da maior Empresa Brasileira, não pode usar aquela frase
"eu não sabia...": - o próprio cargo "exige que saiba de tudo" - não pode ser iludido por um
técnico subalterno qualquer.
Já vimos esse filme: - o mesmo argumento tem sido usado por quase "todos" os Executivos
Públicos em nosso País - o próprio ex-presidente "não sabia de nada" a respeito do Mensalão...

Como cidadã brasileira, já me cansei da incompetência nos quadros da Política Brasileira.
Esse pessoal erra muito e o povo brasileiro paga caro por cada decisão errada.
Precisamos mudar esse modelo de Administração Pública no Brasil: - qualquer candidato que
se proponha a administrar um País-Continente como o Brasil, precisa demonstrar, através de
sua atuação anterior, competência pessoal: - afinal, sua assinatura vai ter muito valor.
Não se espera que ele saiba tudo, conheça tudo: - afinal, só Deus é onisciente!
Mas uma qualificação é indispensável: - que, reconhecendo suas limitações pessoais, saiba
cercar-se de bons assessores, técnicos confiáveis, a fim de acertar o mais que puder.
Além disso, deverá apoiar-se em um Conselho Consultivo, independente, autônomo e distante
das ações do cotidiano: - mas que seja composto por homens e mulheres capazes de opinar,
que  tenham liberdade para divergir, competentes para interpretar todos os Relatórios e
Documentos, além de possíveis intenções ocultas. 
(Esta ideia não é minha - consta dos Provérbios de Salomão - capítulo 11:14)

Resta saber se, nas próximas eleições de outubro, haverá "Candidatos" que se encaixem nesse
perfil...








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