sábado, 14 de dezembro de 2013

PRISIONEIROS DA LIBERDADE

Já faz muito tempo que o Mundo vive em convulsão social, motivada por guerras civis
e, nos últimos anos, pelas centenas de insurgências de cidadãos de vários Países,
que não aceitam mais a restrição de seus direitos civis e sua "liberdade".
A mídia tem mostrado, em tempo real, as tragédias, as destruições, os acampamentos 
provisórios em Países vizinhos, as fugas, as mortes, os infanticídios.
Às vezes até parece uma ação orquestrada por alguém, que tem muito a lucrar com
todas essas "guerras em defesa da liberdade" - a queda dos ditadores!
É que, tão logo os ânimos vão sendo acalmados em um País, outro conflito surge 
numa outra Nação, como se as insurgências fossem levadas por um vento forte.
Mas pensando "muito bem", o que restou para os povos que destituíram o regime
autoritário, nesse sonho de liberdade?  
As cidades foram destruídas e o caos se instalou.
As crianças, agora órfãs, foram "estocadas" em algum lugar, até que sejam adotadas,
repatriadas ou morram por inanição ou alguma doença oportunista.
Para quem conseguiu permanecer em sua própria cidade, não existe escola, nem
saúde, medicamentos ou segurança básica. 
Será que alguém vive com alguma normalidade?
Como são realizados os casamentos, os funerais, as comemorações de aniversário ou 
formatura, o passeio das crianças ao parquinho, a ida à padaria da esquina?
Seria justo dizer que o povo conquistou, o direito de decidir os destinos de sua Pátria,
ou em todos os esses Países surgiu algum ditador da hora? 
Nesse caso, mesmo que não seja apenas um Ditador, mas uma confraria de pequenos 
ditadores, liderados por um nome de peso: - não será este um outro tipo de ditadura?
Os técnicos e economistas, já devem ter resposta para todos estes questionamentos,
mas a resposta pode levantar questões incômodas sobre as vantagens das guerras para
os fabricantes de armas e equipamentos de segurança, por exemplo:- é comprometedor...
Mesmo que alguma Organização Internacional se proponha a reconstruir tudo o que foi
destruído, quem vai "pagar" esse altíssimo custo?  Se esses resultados forem comparados,
em colunas de perdas e ganhos, quem foi de fato beneficiado?
Do lado de cá do Mundo, chego à conclusão que não houve mudanças significativas
para o cidadão comum. A opressão do Poder ditatorial pode ter até diminuído, mas
o medo aumentou: - os atentados, a mortandade viraram rotina.
As cidades foram destruídas, a belíssima arquitetura foi perdida, a memória da 
Pátria Mãe já não pode ser recuperada.
A multidão de fugitivos, em busca de abrigo em qualquer outro lugar do mundo, mostra
que a "libertação" não chegou até eles, mas os horrores da guerra estão marcados de
forma indelével em suas vidas.
Somos insignificantes para os que governam este Planeta - inquietações como esta não
chegam até eles. Mas podemos questionar, cada um a seu modo, quando as notícias
de "mais um País que derruba seu ditador sanguinário" invadirem nossa telinha.
A reflexão indispensável é: - a quem interessa essa revolução? quem vai pagar a conta?
Os ditadores estão à espreita: - pouco importa o título como são chamados:
- Primeiro Ministro, Presidente ou Califa - eles só se interessam pela liberdade em
benefício próprio e de seus apaniguados. 
Daí, é inevitável pensar se não será tão alto o custo dessa liberdade...

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