domingo, 6 de abril de 2014

UM BRASILEIRO IMPERDÍVEL????

A notícia da morte do ator José Wilker, de tão badalada pela mídia global, trouxe de
novo a ideia dos "heróis" - aquelas pessoas perfeitas e insubstituíveis, que nunca
deveriam morrer... Será?
Nada contra o ator (pessoalmente), mas também nada a favor.
A "louvação" que a mídia global está fazendo, transformou o falecido em Herói. 
Até a presidente Dilma encontrou tempo para se preocupar e mandar condolências .
Mas ele foi herói do que? De fato, foi um ator profissional que tinha as qualidades 
necessárias para exercer sua profissão - nada além disso. 
Talvez ele tenha ficado mais famoso que tantos outros, porque preferiu interpretar
personagens de mau caráter: - foi o adúltero que dormia com a mulher de outro,
foi um matador, foi um homem machão; nenhum deles pode ser usado como
exemplo de vida para alguma criança.
Um de seus companheiros de profissão disse que ele fazia tudo nos extremos:
- fumava demais, bebia demais, e sabe- se mais o que...  
A classe "artística", quando entrevistada, diz que ele foi leal, generoso, bem
humorado, um grande companheiro.
Será mesmo possível falar-se em "lealdade" nesse mundo das celebridades? 
Talvez suas 3 primeiras esposas não tenham visto lealdade alguma, quando ele as
abandonou, junto com seus filhos...
Seu mundo era muito restrito:- vivia com seus colegas (concorrentes) e seu público.
Não se tem notícia de nenhuma ação relevante que, como cidadão tenha realizado
para o Brasil. Também não se sabe de nenhum trabalho voluntário pelos pobres
infelizes que o idolatravam através das novelas picantes, nenhuma doação para uma
grande causa humanitária - ele foi "apenas um ator de novelas" - nada além disso.
Sentir que sua morte foi prematura - isso posso sentir. Mais ainda por saber que ele
próprio abreviou sua vida pelo uso abusivo do cigarro e do alcool.
A meu ver foi mais uma vítima da vaidade e da vida fútil. Isso, sim, é lamentável.
Mas dizer que sua morte é uma perda irreparável, já é demais.
Muitos outros brasileiros anônimos morrem a cada hora, e nunca sequer são citados 
nas manchetes de telejornal, nem recebem uma carta da Presidente...
Ser indispensável, insubstituível - ser herói - exige muito mais do que aparecer nas 
cenas de uma telenovela ou de um filme qualquer.
É preciso muito cuidado com esse "endeusar" das personalidades-personagens da 
TV: - tratá-los como heróis, só porque morreram, é pura hipocrisia.

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