sábado, 18 de janeiro de 2014

VAMOS AO SHOPPING?

Frequentar os Shoppings Centers, para um passeio, um lanche ou almoço, 
até um cineminha, tem sido, por muitos anos, um programa habitual 
para os brasileiros. 
Fica tudo mais fácil quando conseguimos encontrar, num mesmo lugar, 
tudo o que precisamos, além do estacionamento seguro.
Pois é - mas isso foi até agora: - nos últimos dias as coisas estão mudando.
É que começou uma nova onda chamada "rolezinho", que através de uma convocação pelas redes sociais, simplesmente agrupa, em poucos minutos, uma grande quantidade de jovens (pode passar de 1000 jovens, a maioria 
vinda de áreas mais pobres das cidades). 
Esses grupos invadem os corredores dos shoppings com muito barulho, depredam lixeiras e até algumas vitrines, e a tranquilidade dos 
frequentadores e dos proprietários das lojas vai 
por água abaixo. Os psicólogos chamam de "efeito manada": - ninguém age individualmente; todos seguem o líder, e atos delituosos e individuais, que seriam considerados criminosos, ficam travestidos de "atos de protesto".
Como se trata de jovens com pouca disposição para estudar e fazer algo 
para garantir seu próprio futuro, eles têm tempo livre a qualquer dia e 
qualquer hora - nada mais natural que escolham os Shoppings como um 
excelente lugar para reunir uma galera grande, sem consequência, simplesmente para estar juntos. 
Veja o que disse um desses adolescentes (que não deve  ter frequentado as aulas de português...), tentando justificar o movimento: - "eu quero organizar esse evento para apenas juntar a galera, "se" conhecer e fazer novas amizades, não quero promover arrastão ou briga... não "tô" fazendo esse evento para atrasar lado de ninguém"...


Alguns críticos, descompromissados, buscam teorias que tentam uma justificativa, dizendo que "faltam áreas de lazer para os pobres e negros". 
Se isso for mesmo verdade, como explicar o fato de que alguns organizadores desses eventos sejam os mesmos que, segundo fontes policiais, participaram dos protestos que invadiram as ruas das grandes cidades do País, em meados do ano passado? 
Pelo que sabíamos até agora, aqueles atos de protesto não tinham nada a ver com a cor da pele: - eles diziam lutar pelo fim da corrupção, pelo fim dos custos elevados do transporte público, etc.
Além disso, a maioria era de classe média - não importa se classe B ou C.
Uma educadora brasileira que trabalha no 1º Mundo, disse que "o grande significado do rolezinho é que os jovens da periferia querem "pertencer" à sociedade de consumo; não questioná-la".
Até onde se pode entender, fazer parte da sociedade de consumo significa, para a maioria das pessoas, trabalhar, ralar e economizar para realizar os sonhos. Até um tempo atrás, os finais de semana eram o tempo necessário e ideal para estudar e passar no Vestibular ou num Concurso Público. 
Parece claro que estar num desses rolezinhos não realiza 
"um grande sonho", para ninguém.
Curiosamente,desta vez, não estamos sós nessa situação incômoda: 
- pelo menos podemos nos solidarizar com os nova iorquinos, porque essa moda também já acontece lá há um bom tempo: 
- são chamados de flash-mobs; com frequência terminam em confrontos 
com a polícia.
Nessas questões que envolvem jovens, pobreza e preconceitos, em oposição aos excessivos luxos nos grandes shoppings, surge uma infinidade de "especialistas em qualquer assunto", todos com a opinião mais "adequada" (são tantas...).
Para um psicólogo, trata-se de um grupo de jovens que se sente à margem da vida, e quer lutar pelo Poder.
Outro sociólogo disse que os jovens são vítimas de preconceito e precisam de áreas de lazer na sua comunidade.
Alguns educadores afirmam que se esses adolescentes estivessem na escola, em período integral, não teriam tempo para promover esse tipo de evento. Será???
Os economistas defendem a ideia do emprego para esses jovens - assim tão logo alcancem a independência financeira, poderão frequentar os ambientes dos ricos, e mais que isso, poderão "consumir" de cabeça erguida.
Para os Governantes e proprietários de shoppings trata-se de uma dor de cabeça, das grandes.
Ainda não consegui perceber como é que podem "conhecer pessoas e fazer amigos" nesse tipo de evento; dá para conversar no meio de tanta confusão. 
E fazer amigos?
É inegável que os jovens (pobres ou não) precisam de um Grupo, do qual façam parte, seja para expressar sua opinião, trocar ideias, ou simplesmente conhecer pessoas: - os meus tempos de jovem ainda estão bem vívidos na minha memória. Eu participei de excelentes Grupos.
Mas agora sinto falta dos espaços limpos, tranquilos e seguros  dos shoppings: 
- onde era possível encontrar amigos para um café, uma pizza, ver um bom filme, ou simplesmente ver as vitrines.
Será que esse tempo já passou?  Ficaremos todos privados de mais essa forma de lazer? Em benefício de quê, ou de quem? 
Eu, cidadã comum, com os mesmo direitos de ricos e pobres, espero que o bom senso predomine e que a liberdade de alguns não elimine o direito dos outros 
- afinal, esse é um caminho perigoso...
E que tal convocar um "rolê" para uma boa sessão de estudo, leitura e conversação? Ajuda nas provas do Enem, e posso garantir que aqueles que seguirem por esse caminho, logo estarão frequentando e "consumindo" no melhores shoppings, alem de ter assegurado um futuro digno - e estarão ajudando o Brasil. 





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