terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GASTANÇA NO EXTERIOR

Confesso que fiquei envergonhada ao saber que "o Brasil gastou sua poupança na Disney".
A declaração foi feita por um brilhante economista brasileiro, Dr.Paulo Leme, Chairman do Banco Goldman Sachs no Brasil - (anteriormente ele foi economista sênior do FMI).
Sua fala teve como foco a macro-economia no Brasil, (de responsabilidade do Governo Federal) e não a simples poupança do cidadão comum.
Mesmo assim, é forçoso trazer o assunto para o ramo doméstico: - o gasto das famílias em geral.
Parece que o cidadão brasileiro individualmente, "ouviu dizer que agora já não somos um País tão pobre", e resolveu gastar, financiar, realizar todos os sonhos de uma vez só.  
Assim, a compra dos pacotes de viagens para as diversões na Disney e as inevitáveis compras em Miami são obrigatórias.  Pensar na conta dos cartões de crédito ficou para "mais tarde" e muitos mergulharam na onda do "mais fácil - todo mundo está fazendo... deve estar certo"...
O Governo Federal, no rastro dos Governos de Países do 1º Mundo, também usa muito mal os recursos do nosso País: - a fim de periodicamente "cria" novas estruturas administrativas (o que inclui altos salários), "cria" novas formas de distribuir "pacotes de bondade" (agora até para outros Países), ao invés de construir escolas, hospitais e obras de infra-estrutura para o transporte, além de outras necessidades do cidadão em geral. Esse é um péssimo exemplo para o povo desavisado, que também resolveu gastar: - de modo irresponsável, na maior parte das vezes.
Não são só as viagens financiadas a perder de vista: - já passamos pela fase das vendas exageradas de veículos com isenção do IPI, dos produtos da chamada linha branca, e agora estamos na "febre" da aquisição da casa própria.
Os banqueiros nada têm a reclamar: - o dinheiro está entrando em seus cofres aos baldes, sob forma de juros, taxas, seguros e tudo o mais que é cobrado nesses financiamentos, a perder de vista.
Por seu lado, as famílias estão com a renda totalmente comprometida; não há uma poupança mínima para qualquer emergência - gastamos mal, seguindo o exemplo do Governo. 
Não tenho nada contra viajar para o exterior, nem comprar a casa própria, nem um carro novo. Quem pode pagar por uma viagem ao exterior, deve fazê-lo o quanto antes, porque o conhecimento de outras culturas abre os nossos olhos e nos dá perspectivas muito mais enriquecedoras.
Uma viagem para outro País até contribui para o senso de cidadania, pois nos permite comparar o modo de vida dos cidadãos de Países de 1º Mundo com o que temos aqui no Brasil - constatamos viabilidades e providências que certamente poderiam elevar o nível de qualidade de vida do cidadão brasileiro.
Tudo isso é muito bom, desde que tenhamos recursos para pagar, sem mais endividamento.
Voltando às contas públicas, os especialistas alertam para uma possível volta da inflação (após as eleições de outubro...) e todos os brasileiros que já passaram por isso, ficam com as orelhas em pé.
A receita dos economistas sérios é gastar menos e poupar, mesmo que seja só uma pequena parte do salário; mas para fazer isso, é preciso ver além do discurso dos nossos Governantes - todos os candidatos, em busca do voto, fazem análises e promessas que nada têm a ver com a realidade possível.
Tempos difíceis estão atingindo a maioria dos Países do Mundo - seus Líderes e cidadãos pensaram que o dinheiro nunca iria acabar e gastaram irresponsavelmente: - o resultado é que o dinheiro acabou e o povo empobreceu rapidamente. A principal consequência tem sido o desemprego, que atinge a maioria da população - da classe "média" para baixo.
Com esse horizonte à vista, tendo o tipo de administradores públicos que proliferam no Brasil, é duvidoso imaginar que conosco diferente. Melhor ouvir os economistas! Ir à Disney pode esperar!




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