quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

JE SUIS UN CHRÉTIEN

O mundo que chamamos civilizado ainda não se refez inteiramente dos atentados em Paris e cercanias. Quase dá para dizer que foi apenas mais um ato de terror. Parece que já nos acostumamos com o repetir desses atos que "eliminam" pessoas por sua forma "diferente de pensar" - já nem nos causa tanto susto - apenas o grau de indignação difere, dependendo das pessoas atingidas.
A Europa maravilhosa e quase inatingível como era conhecida já não existe mais - hoje seu território é comum a todas as nacionalidades e etnias, ricos, pobres, com sangue nobre ou apenas sua fé correndo pelas veias.
A maioria dos formadores de opinião costuma jogar a culpa dessa situação no afunilamento dos espaços habitáveis, na real escassez de água no planeta, na fome que apavora milhões de pobres em lugares nem tão pobres assim.
Mas há que lembrar das ditaduras, da falta de misericórdia e generosidade em muitos Países do mundo subdesenvolvido ou governado por líderes nanicos.
Essas circunstâncias estão tangendo as populações para os lugares onde parece haver mais grana, mais liberdade, mais riqueza, mais possibilidades de se dar bem, ou mesmo viver uma vida comum.
E então o espaço se torna apertado demais para tanta diversidade, tantos usos e costumes tão diferentes, tantos deuses criados pelas próprias criaturas.
Certamente o local escolhido para o ataque não foi acidental: - Paris é a cidade mais charmosa do mundo - já não pertence somente à França -  é território da humanidade.
Apesar de encanto singular da famosa cidade, sua população (que já nem é tão genuinamente francesa) tenta sobreviver e manter sua cultura em meio ao desemprego, à explosão de imigrantes de países miseráveis e à liberdade ampla e irrestrita sobre costumes e valores, que traz mudanças nem sempre desejadas.
Os costumes e jeito de ser "francês" já perderam seu espaço há muito tempo.
Mesmo na França, nos dias de hoje ser "politicamente correto" é obrigatório. 
Isto significa estar alinhado ao jeito de pensar e agir dos principais formadores de opinião dos jornais, revistas, blogueiros famosos e personalidades da moda e das telas (grandes ou pequenas).
Pouco importa se essas "personalidades" são íntegras, se vivem em condições de normalidade (quando estão longe dos holofotes), se adotam comportamentos que possam garantir uma vida longa e saudável. Pouco se fala de alguma contribuição relevante que possam ter feito ao ser humano comum.
Seu posicionamento e suas ideias ante os acontecimentos mundiais se tornam LEI a ser obedecida, seu jeito de viver passa a ser um sonho de consumo dos bobos da corte.
E o mundo civilizado recomenda que todos sigam suas ideias - para que seja alcançada a paz mundial...

O estopim desse último episódio em Paris foi o assassinato dos 4 chargistas - indivíduos desconhecidos (até então) de qualquer pessoa que não fale francês e não pertença à área do jornalismo. 
De um momento para outro eles se tornaram "vítimas mundiais".
Não dá para dizer que eram unanimidade: - muitas pessoas não achavam graça nenhuma em seus desenhos, caricaturas e charges.

No episódio em Paris a violência foi praticada por aqueles que não se formataram ao "modelo" exigido pelos donos do mundo: - chamados radicais, extremistas, atrasados, trogloditas.
Os jovens muçulmanos extremistas não estão nem aí para essa qualificação de ser ou não politicamente corretos.
Embora ambientados nos grandes centros de cultura, lazer e comércio, ajustados ao conforto e à segurança encontrados numa cidade como Paris, eles não abrem mão dos ensinamentos e da disciplina adquiridos desde a infância, da lealdade à sua fé e à família. 
Mas são vistos com alguma simpatia e profundo temor. À simples ameaça de um ataque terrorista, a mídia ocidental (e as personalidades oportunistas) forma uma compacta linha de frente em defesa do Islã como sendo uma religião que busca a paz, que esses poucos terroristas nããão representam o islamismo, bla,bla,bla.
Palavras vãs! O protesto com morte em Paris foi em defesa de sua fé, de seu Profeta.
No íntimo, todo muçulmano devoto não tolera piadas, filmes ou charges contras seu deus - para os fiéis do Islã, tudo isso não passa de profanação e blasfêmia.

Os cristãos sabem muito bem o que significa morrer por sua fé. Cerca de 150 mil cristãos estão sendo exterminados anualmente em Países onde sua fé é minoritária.
Essa mortandade, contudo, não move a comunidade internacional, porque, para as pessoas cultas e bem qualificadas socialmente, a opinião dos cristãos é quase sempre ultrapassada, inculta, "sem noção". Também somos qualificados de fundamentalistas.
O próprio semanário francês também estampou charges satirizando os cristãos e seu Deus - mas nunca foi alvo de atentados por isso.

O assassinato em Paris teria tido menor publicidade, não fossem os personagens envolvidos: 
4 chargistas parisienses e os 2 atiradores ditos muçulmanos.
Fosse de outro modo, talvez a notícia também durasse poucas 24 horas.
Mas não há como negar que o episódio de violência foi muito bem aproveitado por quem vende notícias, pelos políticos oportunistas e ainda serve como eficaz propaganda e divulgação da fé islâmica - ainda que todos digam que estão chorando pelas "novas vítimas do terror".

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