sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

BABÁ ELETRÔNICA

Há muitos anos temos ouvido argumentos prós e contrários na questão das entretenimentos virtuais dos quais nossas crianças gostam tanto. 
Quando minhas 3 filhas eram pequenas, costumavam assistir os programas do Daniel Azulay: - eram muito criativos e as meninas e seus amiguinhos adoravam.
Hoje os tempos são outros: - os programas infantis da TV contém cenas (e aulas) de violência, e os pais conscientes preferem que seus filhos brinquem com os tablets, seus filmes preferidos, os joguinhos do smarthphone - pelo menos dá para exercer algum tipo de controle.
Dia desses, ouvi um Pedagogo-Psicólogo que alertava para alguns aspectos aos quais os pais devem estar atentos. Disse que quando as crianças ficam muito tempo  "ligadas" nestes brinquedinhos eletrônicos, podem, na sua inocência, substituir a vida real pelo mundo virtual: - aquele que não traz consequências, não ensina deveres e responsabilidades - desliga num simples toque...
As crianças que ficam o tempo todo "plugadas", costumam se ausentar do que está acontecendo ao seu redor: - preferem o conforto dos conteúdos que já conhecem e dominam - e ficam sozinhas.
Elas assimilam os comportamentos, a linguagem e as atitudes de seus personagens favoritos, os quais podem não ser o melhor modelo de vida para elas.
O Especialista finalizou sua fala dizendo que "em alguns momentos de seu dia, é bom que as crianças fiquem sem nada para fazer - sentindo tédio - porque esse é o motor da imaginação"; quando ela não tiver à sua disposição nenhum brinquedinho que funcione com um simples toque, irá inventar alguma coisa para fazer, dando asas à sua criatividade natural!
Todos os que, como eu, nasceram no século passado, sabem como isso funciona: - as crianças faziam seus próprios brinquedos e achavam muito divertido.
Contudo, essas babás eletrônicas podem ser muito eficientes para potencializar as habilidades mentais das crianças, pois exigem atenção para aprender a usar as ferramentas da mais moderna tecnologia, com agilidade. Essas habilidades serão necessárias em seu futuro próximo.
O ideal é que pais e responsáveis procurem evitar a massificação: - quando todas as crianças aprendem e brincam com os mesmos jogos e assistem   os mesmos conteúdos,  padronizam uma mesma linguagem. 
Também é preciso verificar a autoria (intenção?) dos conteúdos dos filmes e joguinhos: -  podem ter sido criados por pessoas com valores opostos aos dos pais da criança, com propósitos escusos e indesejados.
A maioria dos pais e avós "corujas" da atualidade, consideram que a "sua" criança é muito mais inteligente que todos as outras. É que, com algum aparelhinho desses nas mãos, elas dão um banho de tecnologia em quase todos os pais e avós...
Mas sabemos que, mesmo sem os tablets, os smarthphones, e todos os demais equipamentos virtuais, as Civilizações sempre puderam contar com a contribuição de indivíduos "geniais" ou, no mínimo, muito inteligentes, que foram responsáveis pela "criação" de objetos, fórmulas, conceitos e teorias, ou mesmo maneiras de tornar a vida mais segura, saudável e até mesmo feliz.
Creio que podemos tirar o melhor das duas coisas: - permitir que as crianças se divirtam com essas babás eletrônicas, com equilíbrio. Mas que também lhes seja reservado um tempo para o ócio saudável - aquele tempo em que a imaginação cria asas. 
Então elas poderão desenvolver seu raciocínio a partir da observação, criar a partir do nada e poder ficar felizes mesmo se faltar a energia elétrica (ou uma bateria reserva...)!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GASTANÇA NO EXTERIOR

Confesso que fiquei envergonhada ao saber que "o Brasil gastou sua poupança na Disney".
A declaração foi feita por um brilhante economista brasileiro, Dr.Paulo Leme, Chairman do Banco Goldman Sachs no Brasil - (anteriormente ele foi economista sênior do FMI).
Sua fala teve como foco a macro-economia no Brasil, (de responsabilidade do Governo Federal) e não a simples poupança do cidadão comum.
Mesmo assim, é forçoso trazer o assunto para o ramo doméstico: - o gasto das famílias em geral.
Parece que o cidadão brasileiro individualmente, "ouviu dizer que agora já não somos um País tão pobre", e resolveu gastar, financiar, realizar todos os sonhos de uma vez só.  
Assim, a compra dos pacotes de viagens para as diversões na Disney e as inevitáveis compras em Miami são obrigatórias.  Pensar na conta dos cartões de crédito ficou para "mais tarde" e muitos mergulharam na onda do "mais fácil - todo mundo está fazendo... deve estar certo"...
O Governo Federal, no rastro dos Governos de Países do 1º Mundo, também usa muito mal os recursos do nosso País: - a fim de periodicamente "cria" novas estruturas administrativas (o que inclui altos salários), "cria" novas formas de distribuir "pacotes de bondade" (agora até para outros Países), ao invés de construir escolas, hospitais e obras de infra-estrutura para o transporte, além de outras necessidades do cidadão em geral. Esse é um péssimo exemplo para o povo desavisado, que também resolveu gastar: - de modo irresponsável, na maior parte das vezes.
Não são só as viagens financiadas a perder de vista: - já passamos pela fase das vendas exageradas de veículos com isenção do IPI, dos produtos da chamada linha branca, e agora estamos na "febre" da aquisição da casa própria.
Os banqueiros nada têm a reclamar: - o dinheiro está entrando em seus cofres aos baldes, sob forma de juros, taxas, seguros e tudo o mais que é cobrado nesses financiamentos, a perder de vista.
Por seu lado, as famílias estão com a renda totalmente comprometida; não há uma poupança mínima para qualquer emergência - gastamos mal, seguindo o exemplo do Governo. 
Não tenho nada contra viajar para o exterior, nem comprar a casa própria, nem um carro novo. Quem pode pagar por uma viagem ao exterior, deve fazê-lo o quanto antes, porque o conhecimento de outras culturas abre os nossos olhos e nos dá perspectivas muito mais enriquecedoras.
Uma viagem para outro País até contribui para o senso de cidadania, pois nos permite comparar o modo de vida dos cidadãos de Países de 1º Mundo com o que temos aqui no Brasil - constatamos viabilidades e providências que certamente poderiam elevar o nível de qualidade de vida do cidadão brasileiro.
Tudo isso é muito bom, desde que tenhamos recursos para pagar, sem mais endividamento.
Voltando às contas públicas, os especialistas alertam para uma possível volta da inflação (após as eleições de outubro...) e todos os brasileiros que já passaram por isso, ficam com as orelhas em pé.
A receita dos economistas sérios é gastar menos e poupar, mesmo que seja só uma pequena parte do salário; mas para fazer isso, é preciso ver além do discurso dos nossos Governantes - todos os candidatos, em busca do voto, fazem análises e promessas que nada têm a ver com a realidade possível.
Tempos difíceis estão atingindo a maioria dos Países do Mundo - seus Líderes e cidadãos pensaram que o dinheiro nunca iria acabar e gastaram irresponsavelmente: - o resultado é que o dinheiro acabou e o povo empobreceu rapidamente. A principal consequência tem sido o desemprego, que atinge a maioria da população - da classe "média" para baixo.
Com esse horizonte à vista, tendo o tipo de administradores públicos que proliferam no Brasil, é duvidoso imaginar que conosco diferente. Melhor ouvir os economistas! Ir à Disney pode esperar!




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sábado, 25 de janeiro de 2014

VOCÊ JÁ FOI Á SUÉCIA?

Que pena que não estamos na Suécia! É verdade que o clima de lá é muito gelado, morar lá custa muito caro, o tipo de lazer que eles gostam é bem mais refinado que o nosso...(precisaríamos de uma volta aos livros) - mas dá uma vontade de morar lá...
Olha isto: - numa votação "democrática", os cidadãos e principais Líderes da Suécia disseram que
não querem sediar os Jogos Olímpicos de 2022 - eles concluíram que o País (que já é quase perfeito)
tem prioridades que precisam ser atendidas, ao invés de "especular com o dinheiro público"!
Entenderam que sediar os Jogos Olímpicos não irá trazer benefícios reais ao seu País!
Dá para sequer imaginar tanto bom senso, da parte de "todas as autoridades"?
Será que esse é o motivo de serem um País tão desenvolvido??????
Até parece que por lá, as donas de casa ensinam seus maridos a escolher o que é melhor para o orçamento da Nação - sim, porque as donas de casa (quase todas...) sabem fazer as contas ; elas sabem exatamente quando é preciso deixar de gastar em supérfluos, porque o dinheiro está curto (nada contra os homens que têm cérebro e também sabem cuidar do orçamento!).
Que pena para nós, brasileiros, que "escolhemos" Governantes que não estudaram na Suécia: 
- os nossos Governantes só conhecem a velha receita romana de "pão e circo". 
Nosso País está gastando o dinheiro que não temos, com obras de estádios de futebol que poucos brasileiros irão sequer visitar, além dos custos que estão rolando com Olimpíadas em 2016 - pura irresponsabilidade!
Vai faltar (já está faltando) dinheiro para construir rodovias, moradias, hospitais, ferrovias, pagar de modo decente os professores, pessoal da saúde e policiais, além de tantas outras "prioridades do povão".
Acontece que nossos políticos são especialistas em desviar o foco das tais prioridades:
- o povo se contenta com qualquer "festa", qualquer futebol, qualquer carnaval...
Mas as belas e caríssimas Festas de Inauguração e Encerramento para ambos os eventos irão acontecer; não estaremos lá, mas cada um de nós vai pagar a fatura. 
É certo que todos os Políticos (com toda os familiares) estarão lá, com os belos(?) dentes à mostra, tirando belas (?) fotos para colocar na parede de suas mansões.
Ainda bem que, a julgar pelo desempenho nos preparativos, nunca mais seremos convidados a sediar evento como esses. Mas que dá uma inveja dos cidadãos suecos - ah! lá isso dá mesmo!





quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

CRACOLÂNDIA MUITO CHIQUE!

Até pouco tempo atrás, sempre ouvíamos más notícias sobre as cracolândias de São Paulo e do Rio.
Contudo, vimos no noticiário da manhã de hoje, uma cracolândia muito bem instalada: - em frente à Biblioteca Nacional de Brasília - localizada na mesma Avenida onde estão os Ministérios e até o Palácio do Planalto - um endereço muito chique e importante!
O que surpreende é a indignação dos apresentadores da notícia: - disseram que a cena era uma "afronta" à Biblioteca Nacional, que era inaceitável, "alguém devia fazer alguma coisa"...
Mas o que há para fazer, de verdade?
Esses jovens infelizes, à margem da vida, aprenderam a usar drogas na própria casa! 
Se não foi por ver o mau exemplo de algum familiar, foi aprendendo todas as técnicas que as novelas e os programas de notícias policiais ensinam.
As mesmas Emissoras que, com alarde, repudiam as tais cracolândias, fazem "propaganda" do uso de drogas através das novelas e filmes nacionais: - literalmente ensinam como usar. 
A meninada, criada sem limites, está ávida por cenas fortes e chocantes - assiste a tudo indiscriminadamente. Desde muito cedo, as crianças acompanham as cenas de filhos que desrespeitam os pais e avós, roubam objetos de dentro de casa para comprar as drogas e manter o vício. Observam como agem os menores infratores que são usados como intermediários dos traficantes, e descobrem que a Lei Brasileira diz que aos "menores" tudo é permitido. 
O que se pode esperar desses pequenos "aprendizes inocentes"?  É evidente que um assunto tão badalado, e com tanto espaço na programação, irá despertar seu interesse. 
Tão logo adquiram a liberdade de andar sozinhos, se não forem abordados por um traficante, irão procurá-lo; e vão querer experimentar um pouquinho da droga - só uma vez... 
Afinal, o que é proibido sempre parece muito interessante... Todos sabemos como termina cada uma dessas histórias - o vício escraviza e mata.
A desculpa dos canais de TV é que estão "abrindo uma discussão honesta sobre o tema, apenas a título de esclarecimento..." - por isso, quase todas as novelas têm um ou mais personagens que usam drogas.Os noticiários policiais também se justificam dizendo que "não criam os fatos, apenas mostram o que está nas ruas..."
Para mim, mais parece uma ação mal intencionada ou, no mínimo, de pessoas muito irresponsáveis. É desonesto mostrar indignação com a cracolândia, quando se sabe que nas festas chiques a droga rola solta. Que história é essa de se incomodar apenas porque os infelizes viciados estão invadindo um espaço público importante? Seria menos ruim se essa mesma turma fosse para o ponto mais distante de uma favela?  
Se apenas uma Emissora mostrasse, através de uma novela, os efeitos do uso de drogas em uma pessoa jovem, em fase terminal de vida, creio que isso, sim, poderia ser educativo e preventivo. 
Só que esse tipo de programação não dá Ibope - a maioria das pessoas prefere cenas mais fortes...
Então, num efeito manada, a maioria das famílias continua a abrir a sala de TV para os "ensinamentos" das novelas, sobre todo e qualquer comportamento nocivo e proibido, que num primeiro momento pode parecer legal, mas vai resultar em sofrimento e morte.
E as crianças continuam aprendendo: - e vão colocar em prática, tão logo se sintam independentes.
E depois, alguém muito ousado, pergunta: - como foi aparecer essa cracolândia logo aqui?

sábado, 18 de janeiro de 2014

VAMOS AO SHOPPING?

Frequentar os Shoppings Centers, para um passeio, um lanche ou almoço, 
até um cineminha, tem sido, por muitos anos, um programa habitual 
para os brasileiros. 
Fica tudo mais fácil quando conseguimos encontrar, num mesmo lugar, 
tudo o que precisamos, além do estacionamento seguro.
Pois é - mas isso foi até agora: - nos últimos dias as coisas estão mudando.
É que começou uma nova onda chamada "rolezinho", que através de uma convocação pelas redes sociais, simplesmente agrupa, em poucos minutos, uma grande quantidade de jovens (pode passar de 1000 jovens, a maioria 
vinda de áreas mais pobres das cidades). 
Esses grupos invadem os corredores dos shoppings com muito barulho, depredam lixeiras e até algumas vitrines, e a tranquilidade dos 
frequentadores e dos proprietários das lojas vai 
por água abaixo. Os psicólogos chamam de "efeito manada": - ninguém age individualmente; todos seguem o líder, e atos delituosos e individuais, que seriam considerados criminosos, ficam travestidos de "atos de protesto".
Como se trata de jovens com pouca disposição para estudar e fazer algo 
para garantir seu próprio futuro, eles têm tempo livre a qualquer dia e 
qualquer hora - nada mais natural que escolham os Shoppings como um 
excelente lugar para reunir uma galera grande, sem consequência, simplesmente para estar juntos. 
Veja o que disse um desses adolescentes (que não deve  ter frequentado as aulas de português...), tentando justificar o movimento: - "eu quero organizar esse evento para apenas juntar a galera, "se" conhecer e fazer novas amizades, não quero promover arrastão ou briga... não "tô" fazendo esse evento para atrasar lado de ninguém"...


Alguns críticos, descompromissados, buscam teorias que tentam uma justificativa, dizendo que "faltam áreas de lazer para os pobres e negros". 
Se isso for mesmo verdade, como explicar o fato de que alguns organizadores desses eventos sejam os mesmos que, segundo fontes policiais, participaram dos protestos que invadiram as ruas das grandes cidades do País, em meados do ano passado? 
Pelo que sabíamos até agora, aqueles atos de protesto não tinham nada a ver com a cor da pele: - eles diziam lutar pelo fim da corrupção, pelo fim dos custos elevados do transporte público, etc.
Além disso, a maioria era de classe média - não importa se classe B ou C.
Uma educadora brasileira que trabalha no 1º Mundo, disse que "o grande significado do rolezinho é que os jovens da periferia querem "pertencer" à sociedade de consumo; não questioná-la".
Até onde se pode entender, fazer parte da sociedade de consumo significa, para a maioria das pessoas, trabalhar, ralar e economizar para realizar os sonhos. Até um tempo atrás, os finais de semana eram o tempo necessário e ideal para estudar e passar no Vestibular ou num Concurso Público. 
Parece claro que estar num desses rolezinhos não realiza 
"um grande sonho", para ninguém.
Curiosamente,desta vez, não estamos sós nessa situação incômoda: 
- pelo menos podemos nos solidarizar com os nova iorquinos, porque essa moda também já acontece lá há um bom tempo: 
- são chamados de flash-mobs; com frequência terminam em confrontos 
com a polícia.
Nessas questões que envolvem jovens, pobreza e preconceitos, em oposição aos excessivos luxos nos grandes shoppings, surge uma infinidade de "especialistas em qualquer assunto", todos com a opinião mais "adequada" (são tantas...).
Para um psicólogo, trata-se de um grupo de jovens que se sente à margem da vida, e quer lutar pelo Poder.
Outro sociólogo disse que os jovens são vítimas de preconceito e precisam de áreas de lazer na sua comunidade.
Alguns educadores afirmam que se esses adolescentes estivessem na escola, em período integral, não teriam tempo para promover esse tipo de evento. Será???
Os economistas defendem a ideia do emprego para esses jovens - assim tão logo alcancem a independência financeira, poderão frequentar os ambientes dos ricos, e mais que isso, poderão "consumir" de cabeça erguida.
Para os Governantes e proprietários de shoppings trata-se de uma dor de cabeça, das grandes.
Ainda não consegui perceber como é que podem "conhecer pessoas e fazer amigos" nesse tipo de evento; dá para conversar no meio de tanta confusão. 
E fazer amigos?
É inegável que os jovens (pobres ou não) precisam de um Grupo, do qual façam parte, seja para expressar sua opinião, trocar ideias, ou simplesmente conhecer pessoas: - os meus tempos de jovem ainda estão bem vívidos na minha memória. Eu participei de excelentes Grupos.
Mas agora sinto falta dos espaços limpos, tranquilos e seguros  dos shoppings: 
- onde era possível encontrar amigos para um café, uma pizza, ver um bom filme, ou simplesmente ver as vitrines.
Será que esse tempo já passou?  Ficaremos todos privados de mais essa forma de lazer? Em benefício de quê, ou de quem? 
Eu, cidadã comum, com os mesmo direitos de ricos e pobres, espero que o bom senso predomine e que a liberdade de alguns não elimine o direito dos outros 
- afinal, esse é um caminho perigoso...
E que tal convocar um "rolê" para uma boa sessão de estudo, leitura e conversação? Ajuda nas provas do Enem, e posso garantir que aqueles que seguirem por esse caminho, logo estarão frequentando e "consumindo" no melhores shoppings, alem de ter assegurado um futuro digno - e estarão ajudando o Brasil. 





quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

RUIM COM ELE...

Antes do início da Guerra no Iraque, há cerca de 10 anos, os Líderes Mundiais, aliados
à intervenção militar, solicitaram relatórios aos especialistas em Oriente Médio.
Queriam prognósticos, análises, previsões sobre as possíveis consequências que uma
Guerra de tão grandes proporções poderia trazer.
O que esses relatórios disseram não foi nada animador: - os mais eminentes conhecedores
da índole e do modo de viver dos povos árabes, alertavam que a Guerra poderia não ser
uma ideia tão boa assim; o que eles disseram foi: - "ruim com ele (Sadam), pior sem ele".
É que eles já anteviam as disputas pelo Poder. Tendo em vista que os "oprimidos" só
conheciam a ditadura com mão de ferro (como modo de governar), assim que "libertos"
da tirania de Sadam Hussein, eles iriam buscar vingança e fariam qualquer coisa para,
tão somente, assumir o trono deixado vago com a morte de Sadam.
Tudo o que desejavam era implantar um outro regime em nome da religião, e governar
com mão de ferro. Até agora o Iraque não foi democratizado, muito menos pacificado.
A julgar pelas notícias mais recentes, parece que a Síria caminha pela mesma trilha do Iraque.
A guerra civil naquele País, que já dura mais de dois anos, destruiu a vida da população. 
A situação fugiu ao controle, seja pelas forças do Ditador, seja pela ação dos grupos armados
denominados "rebeldes", muitos dos quais se escondem atrás da "religião", para justificar a
violência e a mortandade entre civis. Querem o Poder, a qualquer custo.
A população vive em situação de extrema pobreza há muitas décadas, e com o agravamento
das revoltas, sofre ainda mais com a matança generalizada, os bombardeios e atentados
vindos de qualquer direção. Precisam estar sempre em fuga - para qualquer lugar. 
É sintomático que os grupos de oposição, os reacionários, têm armamentos modernos 
potentes (não se sabe exatamente quem paga por essas armas). Mas eles não têm uma fala
comum e não expressam uma oposição nacional unida e coerente.  
Em muitos momentos, parece que seu objetivo é simplesmente manter o caos.
O Ditador Bashar al-Assad afirma que há terroristas infiltrados entre os manifestantes.
Ainda assim, ele decretou o fim parcial do estado de sítio (que já durava mais de 40 anos) 
e acenou com reformas, incluídas aí as eleições parlamentares. 
O povo sírio está com sérias dúvidas sobre essas "promessas" e se mantém com um pé atrás.
Curiosamente, mesmo tendo governado o povo com mão de ferro, por tantos anos, o Ditador
Assad, nunca deixou de frequentar as Cortes dos Donos do Mundo. 
Ele posou de "gente boa" ao lado dos Governantes das Nações mais poderosas, durante
muito tempo. A população de seu País foi oprimida em todos esses anos, mas nunca ninguém 
se importou - eles sofriam calados.
Com as insurgências da Primavera Árabe que começaram em 2010 na Tunísia, parece que os
cidadãos sírios acordaram, criaram coragem e foram às ruas manifestar seu profundo
descontentamento com as ações repressoras da Dinastia Assad.
Agora, passados mais de 2 anos de enfrentamentos dos vários Grupos sectários que são
contrários às tropas de segurança do Ditador, além da presença de "soldados" da Al Qaeda,
os especialistas afirmam que as condições de vida do povo só pioraram: - há deliberada
matança de cristãos, prolifera o uso de armas químicas, já se contabilizam mais de 130 mil
mortos e cerca de 2 milhões de pessoas já fugiram do País.
As armas químicas estão sendo retiradas do País por iniciativa da ONU, que aceitou 
oferecimento de algumas Nações "isentas", que irão se encarregar de destruí-las.
Contudo o processo é longo e não há garantia de que todo o arsenal do Governo seja, de fato,
entregue para destruição.
A luta entre as novas forças políticas pode ser cruel, mas é inevitável para que o equilíbrio 
seja estabelecido. É que os hábitos de ditadura ficam arraigados por gerações; respeitar o 
direito do outro é um aprendizado para a vida toda.
Dá para se comparar com o mecanismo de uma gangorra: 
- o equilíbrio, a igualdade entre os desiguais exige muito esforço - e leva tempo!
Assim, esperamos dessas jovens democracias muita paciência e calma.
Qualquer erro poderá abrir espaço para um ditador de ocasião, e todo o esforço e sacrifício 
do povo poderá se perder. Esta, sim, será uma perda irreparável.
Creio que o certo seria dizer: - "ruim com esse ditador da Síria, pior com qualquer outro ditador"!



sábado, 11 de janeiro de 2014

PANELAS DE PRESSÃO

Começaram, nas Grandes Lojas, as liquidações de produtos para a casa, e junto com elas voltaram as absurdas compras que causam "orgulho" a muitos brasileiros desinformados e desorientados.
Hoje foi exibida uma entrevista de uma senhora que ficou na fila desde a noite anterior e comprou várias panelas de pressão. Não consegui resistir à pergunta: - de quantas panelas de pressão uma dona de casa precisa?
A mesma pergunta pode ser feita sobre todas as compras que essas mesmas pessoas fazem, dos mesmos produtos, ano após ano.
Quantos televisores, quantos tablets, quantos notebooks, quantos smarthphones são necessários para que uma família seja mais feliz?
Parece que, talvez inconscientemente, as famílias estão buscando motivos para que cada um fique mais isolado, dentro de suas próprias casas: - queremos estar sós, mesmo no espaço familiar.
Sabemos de casas onde se  tem um aparelho de TV (bem grande) em cada aposento; onde fica o tempo para uma leitura, para um bate-papo, para uma atividade familiar?
Creio que até o tempo do sono, tão necessário à saúde, fica prejudicado.
Mais que isso, o que essas crianças fazem com os tablets, além dos joguinhos que as deixam mais "ligadas"? São uma babá eletrônica?
Não vale a desculpa de que elas ficam mais espertas: - afinal quando não tínhamos acesso a esses brinquedinhos, também havia gente esperta e muito inteligente.
É uma pena que o povo brasileiro ainda seja refém dessas propagandas tão envolventes e tão desnecessárias. Esses mesmos produtos imperdíveis que se leva para casa, já terão perdido aquele cheirinho de novo, após a 1ª semana - muito provavelmente, serão substituídos na próxima grande liquidação, em 2015. A cada ano, por esta época, as economias que poderiam ser guardadas numa poupança, com possibilidade de algum benefício real à cada família, perdem-se em menos de 1 hora.
É muito dinheiro e poderia ser usado numa viagem com a família, no investimento em algum curso de qualificação profissional para os filhos, até numa reserva para futuras emergências.
Se você conhece alguém que está caindo nesse jogo perverso, que tal um bom papo para esclarecer?
Talvez a gente consiga ajudar as pessoas com menor nível de informação e melhorar a qualidade de vida de alguma família - já terá valido a pena, como um ato de cidadania!