Dias atrás, estava numa lanchonete de um parque de Curitiba ,saboreando um delicioso caldinho de
feijão. Havia várias outras
famílias e pessoas no local e todos estávamos conversando e aproveitando
o momento.
Subitamente, ouvimos um grito forte de alguém ordenando a um pedinte
que saísse imediatamente do local . Todos
que estávamos ali entendemos
imediatamente que aquele tal pedinte era um
“visitante habitual” da lanchonete, pois ele implorou ao
proprietário que não chamasse a polícia do parque . O proprietário, muito exaltado,
afirmou que não chamaria a polícia – ele mesmo era capaz de colocar o pedinte indesejado para fora, caso necessário! O que nos causou estranheza, foi o
tom de voz e as palavras pronunciadas contra o pedinte intruso – eram muito
ásperos! O pedinte, vencido, desistiu e foi embora .
Passados os primeiros minutos, a princípio senti um desconforto e
depois fiz uma triste constatação : se
aquele pedinte fosse um cachorro sem dono ( atrás de comida), o dono do
estabelecimento jamais poderia ter falado com ele naquele tom – os clientes
sentados às mesas teriam reagido e protestado em defesa do animal –afinal, existe lei para punir severamente os
que maltratam os animais !
A minha conclusão foi desoladora: seres humanos (pedintes,
mendigos, indesejados) podem ser maltratados pelo fato de estarem em um lugar
onde causam constrangimento a pessoas de nível diferente. É claro que me incluo
no grupo de pessoas que não queriam aquele pedinte ali – também parece óbvio
que o proprietário da lanchonete já não suportava mais ver aquele indesejável
ali (provavelmente um “habitueè”) .
Mas temos o direito, diante de
Deus, de tratar tão mal uma pessoa desgraçadamente miserável em todos os sentidos? Parece
estar acontecendo uma inversão de
valores tão perversa e parece que quase nada posso fazer - pessoas “valem menos” que animais – estes estão muito bem protegidos pelas leis e por
pessoas “muito humanas, caridosas e bondosas”!! É isso mesmo?
ASSESSORES E CARRÕES FLORIPA
SET/2012
Ao passar pelas ruas da cidade, algumas questões me tiram
a tranquilidade - por isso resolvi colocá-las no papel ( virtual) e ver o que acontece .
1ª QUESTÃO - ao
passar pelos estacionamentos dos
Órgãos Governamentais, tipo Assembleia
Legislativa, Tribunais, etc, a gente percebe que estão superlotados de “carrões” – sempre novos ! São muitos carros , sempre dos últimos lançamentos da
indústria automobilística ! Muito raramente pode-se ver algum carrinho do tipo popular!
O problema é que são esses mesmos
proprietários dos carrões que “sugerem”
melhorias na legislação aos que são eleitos para “fazer leis” e
administrar nossas vidas
de simples “eleitores”!!
A verdade é que para eles não há crise ! Seus salários estão
garantidos – tanto no que se refere à
pontualidade, como aos reajustes e abonos “legais” e “merecidos”!!
Senão, como poderiam ter um padrão de vida tão elevado, tão
diferente do restante da população
? Não são só os carrões – observem as bolsas de griffe, os
restaurantes frequentados, os condomínios de luxo onde residem, as
constantes viagens ao exterior ( voltando com muitas malas cheias), etc,etc.
2ª QUESTÃO - Por quê
vereadores e deputados ( até altos assessores) precisam de
motorista e carro do governo ? O
quê os qualifica (ou desqualifica)
para comprar e dirigir seus próprios carros ? Trata-se
de questão de segurança ? Do que eles têm medo ? Paira alguma ameaça sobre eles , de modo
geral ? Ainda mais, qual é a necessidade real
para se renovar a frota de tais veículos anualmente
? A quem interessa ??? Talvez
a carreira política seja mesmo a mais interessante para nossos filhos e
netos – se for possível deixar de lado a preocupação com as
questões da ética e da moralidade
– em muitos casos podemos ficar decepcionados
!
3ª QUESTÃO - Um político
“profissional”, não reeleito, está
qualificado para ser Assessor ou Consultor
de uma grande Empresa ( ou Holding) ? Parece muito “estranho”, quase sugere uma barganha, quando se vê
esses cidadãos sendo “premiados” com um cargo de confiança na Administração Pública
ou Privada, quando perdem uma eleição !
Creio que uma “Lei de Não Reeleger Ninguém” poderia resolver em parte
esse problema – para mim é um problema : o salário desses caras sai do meu bolso ! Talvez
assim acabasse a carreira de
político “profissional” – funciona assim nos países do 1º mundo : - quando a pessoa não consegue se reeleger, volta ao seu trabalho anterior e pronto
! Estou
ciente de que não vivemos num mundo ideal, mas seria pedir muito que nossa
folha de pagamentos de funcionários públicos
ficasse menor ? Além da
diminuição da carga tributária, não sobraria mais para gastar ( investir) no
que de fato importa para o povo ? Quem aposta comigo nesta ideia ?